Acidentes domésticos sempre figuram a lista de principais causas de morte de crianças de até 9 anos no Brasil. Diversos levantamentos realizados pelo Ministério da Saúde indicam a causa como um ponto de atenção. Isso porque, quando nos sentimos mais confortáveis e na segurança do lar, acabamos nos descuidando um pouco mais do que quando estamos em locais que nos requerem mais atenção, como no shopping ou na rua, por exemplo.
Uma casa com criança deve ter uma rotina e disposição totalmente diferentes de uma casa apenas de adultos, sendo necessário passar por algumas mudanças e adaptações. Por isso, se é o caso da chegada de uma criança ao lar, comece tirando objetos pequenos de racks e estantes, vidros ou vasos a altura das mãos ou que possam ser puxados de alguma forma por elas e eventualmente engolidos. Tenha em mente que crianças conseguem ser mais perspicazes do que imaginamos, por isso, todo cuidado é pouco.
Travas, travas e mais travas
Móveis com quinas pontiagudas devem ser substituídos por arredondadas ou simplesmente ganharem protetores de quinas. Berços e camas seguem a mesmo cuidado e precisam de grades de proteção. Já no caso de espaços que podem ser vistos como passagens pelos pequenos — como balcões ou mesas, é importante dificultar o acesso, já que qualquer levantada despretensiosa pode resultar em uma batida de cabeça ou das costas.
Ainda sobre móveis, não os deixe em posições em que possam se tornar “escadas” para janelas ou qualquer outro tipo de acesso à altura. Armários ou mesas devem ser estrategicamente posicionados para que não sirvam para aguçar a criatividade da criançada. Além disso, é importante que todas as gavetas tenham travas de segurança, para que não corram o risco de caírem sobre a criança diante de uma puxada bruta.
E você já percebeu como bebês gostam de uma escada? Por isso, se você mora em sobrado, mantenha as escadas com portões de acesso sempre travados.
Banheiros e remédios
Mantenha a tampa do vaso sanitário sempre fechada – e como você já viu que a gente é adepto às travas, existem algumas para esse item também, vale a pena pesquisar em lojas de materiais de construção.
E remédios passam a ser itens escondidos em casa. Não os deixe a vista ou com um acesso facilitado. O ideal é que sejam guardados em locais com tranca e que não sejam utilizados próxima às crianças. A curiosidade é o que mais atrai os pequenos para acidentes.
Os mais-mais perigosos: cozinha, janelas e piscina
Cozinha, janelas e piscinas são itens que merecem atenção especial e redobrada. A cozinha é o cômodo onde acidentes acontecem com mais frequência, por isso, foco em todos os detalhes. Todos os produtos devem ficar em armários altos, sem acesso para as crianças. Gavetas com talheres também deve ser estrategicamente reposicionadas. Atenção também ao fogão. O ideal é que não sejam acessadas pelos pequenos, já que oferecem sérios riscos de ferimentos e acidentes mais graves.
Principalmente em casas onde mais de uma pessoa cuida das crianças, é aconselhável que todos os produtos que não possuem rótulos sejam identificados com etiquetas, para evitar qualquer utilização equivocada. E, durante o uso do fogão, quando possível, escolha cozinhar nas bocas de trás, sempre virando os cabos das panelas para o lado, evitando assim qualquer esbarrada e queda de panelas ou líquidos de dentro delas. O ideal é que, quando em uso, as crianças fiquem em outra área da casa e sejam desde pequenas advertidas sobre o risco de se aproximar do aparelho.
No caso das janelas, providencie travas de crianças em todas elas, mesmo aquelas que não parecem oferecer tanto risco. Além, claro, das indispensáveis telas de seguranças. E, como já falamos, não deixe que móveis sejam uma forma de acessá-las.
Por último, mas não menos importante, vamos à piscina. Não descuide nem por um segundo de uma criança neste local. Se a casa ou o prédio possui piscina, deixe que a área seja utilizada sempre com a supervisão de um adulto. Mesmo no caso de crianças um pouco maiores com 8, 9 anos, que sabem nadar, o correto é que estejam sempre acompanhadas dos pais ou um responsável. Acidentes nessa área podem ser fatais. Além do risco de afogamento, algumas piscinas são perigosas porque o filtro de limpeza, muitas vezes desregulado, pode sugar e prender o corpo ou cabelo embaixo d’água.
A palavra de ordem é atenção
Como vimos e já sabemos, criança exige supervisão constante. Por isso, certifique-se de que está tomando todos os cuidados possíveis. Aqui colocamos apenas alguns deles, mas sem dúvidas, a lista pode ser triplicada, tudo para que o seu filho tenha uma infância tranquila e sem grandes riscos dentro de casa.